Home Notícias Festival 2009 1ª Sessão na Mundet - Seixal
1ª Sessão na Mundet - Seixal PDF Versão para impressão Enviar por E-mail
Escrito por Cláudia Matos Silva   
Segunda, 02 Março 2009 17:56

A esta altura do campeonato os portugueses rendidos aos encantos do desporto rei tendem a focar os seus interesses no que se passa dentro das quatro linhas do campo. Mas há vida para além das sarrafadas futebolísticas, e ao contrário do que aconteceu Sábado no jogo que pôs frente a frente Porto e Sporting, no Festival de Música Moderna de Corroios não há "empates" para ninguém.



Os Índigo entraram em palco já passava largamente das 22horas. Vinham de Leiria e aterraram no palco da Mundet com uma sonoridade claramente Rock e a voz de Gabriel Sousa reflectindo, por vezes, a síndroma Peter Murphy. Músicos competentes em palco revelaram especial frescura com o tema "Art of Living" - nome do EP de estreia da banda - cuja toada Funky fez-nos desejar o fim do Inverno, já! O baixo do Sérgio, que brilhava ao longe pelo evidente cor-de-rosa, imprimia laivos de reggae a melodias pop. Mas nem só de tons se constrói a paleta de cores dos Índigo; eles são Groove nas teclas do Victor e na bateria irrequieta do Ricardo que esteve sempre de óculos de sol - certamente não queria ser perseguido pelas fãs do Harry Conick Jr. - é que para além das semelhanças físicas com o actor/cantor norte-americano, comungam o bom humor, segundo o "batera" dos Índigo, uma pessoa com apenas dois dentes é "bidente". Está bem apanhada, sim senhor!

Kinds entraram em palco perto da meia noite incitados pelas batidas de João Vintém. O mote estava lançado para se fazerem ouvir músicas experimentais assentes no Rock. Por vezes a energia vibrante tomava conta do palco pelos refrões orelhudos seguidos pelo efeito "chá-lá-lá", que não lhes tira qualquer mérito, bem pelo contrário, o público juntou as vozes em uníssono. Os elementos da banda de Lisboa rondam os 22 anos e como referencia musical não hesitaram em eleger unanimemente os "entradotes na idade" Pixies. Sobre a banda de Frank Black, o vocalista dos Kinds encolhe os ombros "É música, eu oiço música", revelando nas entrelinhas que a boa música é intemporal. A sua voz revela versatilidade: às vezes é a doçura de Thom Yorke, noutras ocasiões é a toada new wave de Ric Ocasek. Enquanto cantava - abria bem os olhos de um verde acinzentado - como se encarasse de frente todos os demónios… porque quem canta seus males espanta!

Para finalizar, The Portugal fizeram um longo percurso do Porto até Lisboa num Micra verde metalizado e muitas aventuras na bagagem. Pelo meio do caminho muitos lisboetas com problemas de orientação! Encontrar a ponte 25 de Abril parecia a última das súplicas do grupo - que ao atravessar finalmente o rio Tejo - até pensou que era mentira. Nuno Galopim destaca-os no blog que partilha com o crítico de cinema João Lopes - sound--vision.blogspot.com - e já foram aposta da Antena 3 com o EP "Setúbal" que induz muitos de nós em erro. A banda nem se dá ao trabalho de argumentar "não me perguntes porque se chama Setúbal, podia ser outra cidade qualquer", adianta-se o Paulo, um dos elementos fundadores do grupo. A mesma displicência apresentam em relação ao nome da banda The Portugals "porque é estúpido", diz de forma desarmante, Manuel o vocalista. Pelo teor destas respostas podemos pensar que não se levam a sério - e é realmente difícil estarmos sisudos junto deles - mas são os primeiros a apontar as respectivas fraquezas com um enorme sentido de auto-critica. É um trabalho sério e à séria que desenvolvem afincadamente, embora - segundo dizem, sejam descredibilizados - por chegarem a um concerto com "pianinhos". E sim, podem chegar de "pianinho" mas modo geral espalham uma energia positiva pelas melodias cativantes que se colam à pele e não deixam o talento por mãos alheias. No concerto do passado Sábado - na Mundet - sentimo-nos na sala de ensaios dos The Portugals. Ridicularizaram-se, praguejaram, pararam a meio e retomaram mas acima de tudo fizeram boa música. Depois disto tudo vocês perguntam: como é que se fez boa música? Como? Tivessem assistido à XIV edição do Festival de Corroios em vez de ficarem em casa a remoer num mau resultado no futebol ou com medo da chuva!

Fotos: José Frade

 

1ª Sessão: 6 de abril

Local: Cineteatro do Ginásio Clube de Corroios

Atuação de três projetos.

2ª Sessão: 13 de abril

Local: Cineteatro do Ginásio Clube de Corroios

Atuação de três projetos.

3ª Sessão: 20 de abril

Local: Cineteatro do Ginásio Clube de Corroios

Atuação de três projetos.

4ª Sessão: 27 de abril

Local: Cineteatro do Ginásio Clube de Corroios

Atuação de três projetos.

Final: 4 de maio

Local: Cineteatro do Ginásio Clube de Corroios

Atuação dos três melhores projetos selecionados das quatro sessões

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