Home Notícias Festival 2008 Entre o Céu e o Inferno
Entre o Céu e o Inferno PDF Versão para impressão Enviar por E-mail
Escrito por Festival   
Sábado, 01 Março 2008 11:40

21h.45m.
Ultimávamos os preparativos para a segunda sessão do Festival de Música Moderna de Corroios. Este ano a organização equilibrou a balança entre rock da velha guarda e electrónico a cheirar a pastilha elástica – proporcionando actuações ecléticas - próprias para amantes de música. À semelhante do Sábado anterior, esperava-se uma noite recheada de talento “made in Portugal”.


22h.
Os amigos, familiares e fans das bandas foram convidados a entrar para o recinto. Os fotógrafos colocaram-se nas suas habituais posições para conseguirem os melhores ângulos em toda a extensão da “boca de cena”. Enquanto o espectáculo não arrancava os presentes; confraternizavam, fumavam no terraço um último cigarro ou espreitavam a pequena banca assegurada pelo movimento IN que vendia merchandise.


22h.30m.
O palco Corroios abria com os almadenses We Not. A sensação que se instalou foi de que tínhamos morrido e que as portas do céu se abriram naturalmente. Havia festa da rija, um som que apelava à dança frenética e uma vocalista serena que nos convidava a entrar com gestos delicados. A suavidade da pele tom chocolate, o vestido encarnado, as meias de liga negras com sapatos de agulha vermelhos, deixava-nos desconfiados, seria uma armadilha? Estaria o diabo atentando estes pobres mortais? Os almadenses We Not conquistaram-nos com Tiago embrenhado nas batidas fortes – qual coleccionador de detritos sonoros - e que tão agressivamente nos impeliam para a pista. Rui, o guitarrista, não dava tréguas - a sua postura bem mais contida do que o senhor dos sintetizadores – contrastava com acordes pujantes. Liliana deixou para trás as referências RnB, assumiu o papel de “front-woman”, de voz delicada mas encorpada q.b. para se impor às batidas provocatórias de Tiago. Seduzia pela contenção entre a elegância de uma senhora e a ingenuidade de uma menina que sorria quando o público mostrava receptividade. Não deixa de ser curioso que Liliana juntasse os seus próprios aplausos aos do público. As emoções estavam ao rubro e eram vividas em colectivo. Queremos que os We Not continuem a levar outras pessoas ao céu pelo que não devem assentar arraiais mas sim fazerem-se à estrada para olearem a máquina de palco.

23h.15m.
O ambiente fica estranhamente pesado. Há silencio aterrador e entram em palco os Suprah vestidos de fato de macaco escuro com capuz e assim não se distinguem uns dos outros. Soam os primeiros acordes e temos a certeza de o céu e o inferno se juntaram no passado Sábado em Corroios. Os Suprah foram mistério, obscuridade e o dramatismo corporal de Bruno Batista, o vocalista, por vezes encenando ataques deliberados de quem se rendia à condição de refém da sua própria música. A voz sempre impecável do “front man” sem rosto encheu o palco mas não estava sozinho.Os restantes elementos perfeitamente rígidos e imóveis, como se estivessem colados ao chão, musculavam aquele rock que nunca perdeu o fôlego com a bateria do João a marcar um compasso demente, desatinado e louco. Há nos Suprah o peso de uma banda experiente e que sabe perfeitamente como conduzir o público ao inferno em chamas. A uniformização em palco, os rostos encobertos e os corpos anafados pelos fatos largos acrescenta algum horror ao colectivo constituído a bem da verdade por um grupo de bons rapazes sorridentes e de bem com a vida.

24h.
Os You Should Go Ahead abriram o ano de concertos no palco Corroios. Pedro Lourenço, o vocalista de humor seco e certeiro, apresentou não só os temas esperados do álbum de estreia da banda. Ouvimos algumas músicas novas do disco “Emotional Cocktail”, a sair para o mercado muito em breve. O novo single deverá rebentar nas rádios na próxima semana. A provar que o Punk não morreu, os You Should Go Ahead foram eles mesmos com músicas STP – Straight to the Point – melodias rápidas, encorpadas e orelhudas. Embora tenham participado várias vezes ao Festival de Corroios e nunca tenham vencido nenhuma das vezes, o palco continuava à espera deles e concedendo-lhes o título de convidados especiais. Lá diz o ditado: Deus escreve certo por linhas tortas….

Texto: Claudia Matos Silva
Fotos: José Frade
Galeria Sons da Margem Sul >>>

 

1ª Sessão: 6 de abril

Local: Cineteatro do Ginásio Clube de Corroios

Atuação de três projetos.

2ª Sessão: 13 de abril

Local: Cineteatro do Ginásio Clube de Corroios

Atuação de três projetos.

3ª Sessão: 20 de abril

Local: Cineteatro do Ginásio Clube de Corroios

Atuação de três projetos.

4ª Sessão: 27 de abril

Local: Cineteatro do Ginásio Clube de Corroios

Atuação de três projetos.

Final: 4 de maio

Local: Cineteatro do Ginásio Clube de Corroios

Atuação dos três melhores projetos selecionados das quatro sessões

Festival na Rede

Newsletter

captcha 

Parceiros

Organização
Produção
Apoios
Parceiros
Blog Portugal Rebelde
Fenther

 


© 2009-2024 Festival de Corroios | Alojamento, manutenção e desenvolvimento por NLIHosting